Por Júlio Feriato
A formação original contava com Simon Descoteaux (baixo), Christian Poulin (bateria), Simon Charette e Francis Beaulieu (guitarras), e Sébastien Audet (vocais). Desde o início, o grupo chamou atenção por unir técnica apurada, agressividade controlada e uma abordagem lírica crítica. O resultado foi sua estreia: The Consequences of Silence, lançado em 2008.
Outro destaque da ARCHONS está nas letras. Em vez de apostar nos clichês do gênero, a banda explorou temas como injustiça social, alienação e omissão diante de atrocidades. Em “Of Pride and Prejudice”, por exemplo, há um verso que sintetiza bem essa postura (em tradução livre): “Negligência de conhecimento só traz uma onda de ignorância”. Não é apenas uma frase de impacto — é uma crítica direta à passividade intelectual.
A produção do álbum é afiada e clara, dando espaço a cada instrumento. As melodias e harmonias aparecem de forma equilibrada, sempre a serviço da narrativa sonora. O disco mantém sua qualidade do início ao fim, com destaque para “Of Pride and Prejudice”, que traz um dos riffs mais criativos do metal técnico recente, e “Delusional Beliefs”, que surpreende com pausas limpas e bem colocadas.
Hoje, o status da banda é incerto. Alguns registros, como o Spirit of Metal, apontam que a ARCHONS encerrou atividades em 2013, enquanto o Metal Archives ainda a lista como ativa, mesmo sem novidades desde 2019. De qualquer forma, o silêncio atual só reforça o caráter de culto da banda — um nome que poucos conhecem, mas que merece ser redescoberto.
The Consequences of Silence e Buried Underneath the Lies não são apenas registros esquecidos em algum catálogo: são lembretes de que, no submundo do metal, existem joias escondidas esperando para serem revisitadas. Para quem vive o metal com paixão e exige mais do que apenas peso, Archons é uma descoberta obrigatória.
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