21 janeiro 2025

Lembram do THE NYMPHS? Conheça a história de sua curta e conturbada carreira.

Alex Kirst (bateria), Geoff Siegel (guitarra), Inger Lorre (vocal), Cliff D. (baixo) e Sam Merrick (guitarra)

THE NYMPHS foi uma banda liderada por Inger Lorre, uma cantora e compositora enigmática, que provavelmente também foi uma das musicistas mais talentosas de sua geração. Eles eram claramente uma banda competente e com visão de futuro, mas, que não fora criada para se encaixar no mundo comercial. Na verdade, se você está procurando um exemplo de um grande conceito que falhou e queimou, é esse. 

Essa é uma história sobre como é difícil ser bem-sucedido no setor musical.

Com sede em Los Angeles no final dos anos 80, a banda foi arrebatada pela gigante gravadora Geffen Records e considerada uma revelação. Soando muito diferente de tudo na época, seu incendiário hard rock alternativo galvanizou a gravadora a acreditar que a banda tinha a chave para o futuro. De muitas maneiras, eles fizeram um álbum impressionante, dirigido pelo respeitado produtor britânico Bill Price, o mesmo homem que domou os Sex Pistols, incendiou o Clash e deu aos Pretenders um som que continua a perdurar.

"Eu preciso dizer que ele era um cara muito amigável, bastante formal, mas um homem que era fácil de se conviver e que nos ajudou bastante", declarou o guitarrista Geoff Siegel, em uma entrevista na época.

No entanto, como Siegel aponta tristemente, o relacionamento entre os membros da banda foi tenso, o que não tornou o processo de gravação confortável. 

"Éramos conhecidos por sermos uma banda instável", lamenta. "E certamente nunca nos demos muito bem, pois nada que essa banda fez foi fácil.  Todo o processo de gravação foi muito caótico, havia discussões constantes entre nós sobre tudo e qualquer coisa. Suponho que uma maneira de ver isso é que a tensão dentro da banda ajudou a aumentar o nível geral de intensidade, o que foi um grande impulso para a maneira como tocamos no álbum."

O estresse em estúdio aumentou quando Price foi subitamente escalado pela gravadora para trabalhar com o Guns N" Roses, que estava a trabalhar no disco "Use Your Illusion", o que deixou a galera do Nymphs bem puta da cara.

"Disseram-nos que Bill passaria um mês trabalhando com o Guns N' Roses e depois voltaria para nós", suspira Siegel. "Mas no entanto ele retornou somente depois de uns quatro ou cinco meses, e, realmente, isso destruiu a banda. Nós argumentamos que Bill deveria ficar conosco, mas que chance tínhamos contra uma grande banda como o GN'R? Eles sempre iriam ganhar".

De qualquer modo, não é justo dizer que David Geffen, chefão da gravadora Geffen, tenha "abandonado" os Nymphs. Ele garantiu que os músicos tivessem dinheiro para continuar vivendo enquanto esperavam a volta de Bill e também garantiu que houvesse um orçamento decente para promover o álbum.

Porém, o Nymphs não era uma banda que aceitaria humildemente uma decisão de negócios com a qual eles discordavam veemente... A vocalista Inger Lorre era alguém que tinha sua própria maneira de defender sua opinião, fato que o executivo Tom Zutatut veio a descobrir de uma maneira nem um pouco ortodoxa.

"Você tem que entender a situação em que estávamos na época", defende-se Inger ao explicar os eventos que levaram a um dos mais infames incidentes do mundo da música na década de 1990. 

"Assinamos nosso contrato com a gravadora mais ou menos na mesma época que o Red Hot Chili Peppers e Jane's Addiction. Mas, Tom Zutaut queria nos manter no gelo até, como ele mesmo disse, chegar a hora certa. Então, não apenas não fomos autorizados a entrar no estúdio por muito empo, mas também não podíamos tocar ao vivo". 

"Como dependíamos totalmente do dinheiro que recebíamos da Geffen para viver, todos nós tínhamos medo de fazer qualquer coisa que os incomodasse, porque poderia acabar conosco. Então seguimos suas intruções. mas quando entramos no estúdio, o Jane's Addiction já tinha dois álbuns lançados, e os Chili Peppers também tinha um lançado."

Mais tarde, quando Inger descobriu que Bill Price estava trabalhando com o GN'R, as coisas ficaram muito mais tensas. 

"Certo dia, cheguei ao estúdio e encontrei os engenheiros enrolando nossas fitas guardando-as. Quando perguntei o que estava acontecendo, eles me disseram para perguntar à Geffen. Então tentei ligar de casa para o Tom, mas não consegui mesmo após várias tentativas. 

"A essa altura eu já estava bêbada e muito enfurecida! Então decidi ir pessoalmente até o escritório da Geffen e confrontá-lo cara a cara. Chegando lá me disseram que ele estava em uma reunião e decidi esperar."

"Enquanto esperava eu devo ter bebido uns oito copos de café ou água. Até que finalmente eu entrei em seu escritório. Ele sentava em uma cadeira enorme atrás de uma mesa grande, na frente havia um sofá pata os visitantes. Mas eu disse a ele que queria sentar em sua cadeira para esta reunião, e ele poderia sentar no sofá. Tom concordou e comecei a falar lenta e razoavelmente sobre a situação. Até que, cuidadosamente subi naquela mesa e mijei em tudo que estava sobre ela!"

Tom Zutaut no entanto lembra que a explosão de Lorre (por assim dizer) foi um pouco mais traumática do que isso... "Corria tudo bem no começo da reunião, mas quando Inger percebeu que o Nynphs havia perdido Bill por aquele período de tempo, ela enlouqueceu. Ela literalmente rasgou as roupas, subiu na minha mesa, abriu a virilha e mijou em todos os lugares, inclusive em mim! Então ela saiu furiosa."

"Minha secretária entrou alguns minutos depois e me encontrou sentado ali totalmente traumatizado, coberto de mijo. Ela pensou que era água e foi buscar alguns lenços. Na época foi muito chocante. Agora, porém, posso rir disso."

Chocante ou não, o "protesto" de Lorre deu certo. No dia seguinte, a cantora recebeu um telefonema da Geffen e foi informada que Bill voltaria a trabalhar com a banda o mais rápido possível. "Pelo menos eles entenderam que só queríamos ele e mais ninguém!", diz ela gargalhando.

O disco saiu finalmente em 1991, mas a má sorte persistiu, pois mais ou menos na mesma época o Nirvana lançou o hiper-mega bem sucedido "Nevermind", que vendeu milhões mundo afora, obrigando a Geffen Records investir todos os seus recursos nele e deixar bandas menores como os Nymphs em segundo plano.

"Eu não culpo a Geffen por isso", declara Siegel. "Eles fizeram o possível por nós. Gravamos videos para "Imitating Angels" e "Sad and Damned", e também pagaram para que fizéssemos uma turnê americana de dois meses abrindo para o Peter Murphy. Devo dizer que eles nos trataram muito bem e ficaram entusiasmados com o álbum".

Infelizmente, a turnê com Peter Murphy provou ser a sentença de morte para a banda, já que as relações entre Lorre e os outros se deterioraram além do ponto sem volta.

"Inger tornou-se impossível de lidar", declara Siegel. "Ela ameaçava sair da banda o tempo todo e até se recusando a subir no palco para um show. A atmosfera era terrível."

EM 22 DE JUNHO DE 1992, as coisas chegaram ao auge no Cameo Theatre em Miami Beach, com um cenário que agora parece uma farsa.

"Inger disse que não queria subir no palco", lembra Siegel. "Então, o resto de nós decidiu ir em frente sem ela. Ela nunca apareceu para os ensaios de qualquer maneira, então estávamos acostumados a tocar sem ela. E também podíamos lidar com o lado vocal. Então, cinco ou seis músicas em nosso set , ela entrou, vestindo seu pijama e um chapéu! Ela começou a discutir conosco no palco, bem à vista do público. Eles devem ter pensado que éramos um bando de malucos. Foi uma loucura. Então não aguentamos mais e a demitimos. Decidimos continuar como um quarteto, mas foi o nosso fim."

Siegel, que admite não ter falado com Lorre desde aquela noite infame em Miami, acredita que a cantora pode ter tido problemas para lidar com as exigências de estar em uma grande gravadora.

"Acho que ela nunca quis estar com uma empresa como a Geffen. No que lhe dizia respeito, The Nymphs deveria estar em uma gravadora independente. Ela estava sempre tentando tornar a vida tão difícil para todos nós. Eu realmente Acho que isso poderia ter nascido de uma frustração de onde ela se encontrava como artista. Mas, no final, não havia como progredirmos com ela."

Na verdade, a banda parou logo depois de se separar de Lorre. "Geffen realmente queria fazer um segundo álbum conosco", confirma Siegel. "Mas todos nós acreditávamos que não valia a pena continuar. Naquela época, eu havia dedicado três anos da minha vida a essa banda e não estava preparado para perder mais tempo com isso. Além disso, parecia errado continuar sem a pessoa que começou The Nymphs. Então decidimos nos separar."

Inger, porém, nega veementemente que ela foi demitida. "Eu sei que é isso que Geoff diz às pessoas. Mas alguém realmente acha que eles teriam demitido a pessoa que fundou a banda e escreveu todas as músicas? Eu fui embora. Tom Zutaut até voou para Nova Jersey, para pedir aos meus pais que tentassem me convencer a voltar."

"Depois que saí, não conseguia nem ouvir rock 'n' roll no rádio; tudo o que ouvia era música clássica. Foi de partir o coração para mim. Eu amava tanto a música e tê-la tirado foi demais para suportar. Houve até momentos em que pensei em não estar aqui. Tive problemas em lidar com o tempo que levou para entrarmos no estúdio e fazer o álbum, talvez eu tenha enlouquecido um pouco na época..."

Mas o álbum em si também mexe com as emoções, e nos faz apreciar o brilhantismo totalmente louco da banda.

"Para mim, The Nymphs foi a banda que praticamente inventou o grunge", insiste Zutaut. “E eles teriam recebido o crédito por isso se o álbum tivesse sido lançado quando deveria ter sido. Pessoas como Courtney Love iriam assistir Inger. Mas deixar a banda esperando pelo produtor enquanto ele trabalhava com o GN'R custou a chance deles", admite. 

"A MTV estava pronta para colocar 'Imitating Angels' em alta rotação quando eles se separaram. Eu tentei persuadir Inger a ser paciente e esperar algumas semanas para se firmar na MTV, e então ele teria sido maior do que 'Smells Like Teen Spirit'. Mas ela me disse para me foder, ligou para David Geffen e brigou com ele sobre colocar sua carreira e vida em espera e então disse a ele que The Nymphs havia se separado. E como resultado, ele me disse que a gravadora estava retirando o vídeo da MTV e também decidiu que a empresa não trabalharia mais com a banda. Aquele telefonema psicótico para David Geffen custou não apenas sua carreira, mas também a de sua banda. O problema de Inger é que ela tem rosto de anjo e alma de demônio. É por isso que este álbum é um clássico perdido em vez de um prenúncio multimilionário do movimento grunge."

Inger Lorre é uma pessoa dedicada à paixão e compaixão pela música. É instilado em seu ser e a move emocionalmente a uma profundidade que só acontece com verdadeiros artistas. Ela encontra conforto e uma bússola por causa da música - isso lhe dá voz e substância. E ela está totalmente focada nisso.

"Quando fui para Los Angeles, as pessoas me disseram que havia uma chance em um milhão de conseguir. Mas eu acreditava que poderia ser essa chance em um milhão. Acreditei na esperança e ainda acredito na esperança."

Sobre o disco, Inger se diz intensamente orgulhosa dele. "É atemporal. Não ouço muito, mas quando ouço, fico muito satisfeito com o resultado. Muito disso se deve a Bill Price e também a ótimas canções. Soamos como nós mesmos; Bill capturou aquil e multiplicou por 10. Em um nível pessoal, eu realmente não sabia cantar naquela época. Mas encontrei uma maneira de tentar cantar que me deu meu próprio estilo. Isso foi importante - ter individualidade."

Como banda, The Nymphs era único, e é por isso que este álbum não é um clássico perdido - "É" um clássico.

Por Malcome Dome
Tradução: Júlio Feriato



29 dezembro 2024

Trick or Treat (1986): uma celebração do horror e do Heavy Metal

Por Júlio Feriato

O filme Trick or Treat (1986) é uma obra que mistura elementos de horror, comédia e um toque de cultura heavy metal, apresentando-se como um dos mais peculiares exemplares do gênero na década de 1980. Dirigido por Charles Martin Smith e estrelado por Marc Price, a história captura a essência de uma época em que o rock era demonizado por certos segmentos da sociedade, transformando essa tensão em uma narrativa sobrenatural repleta de energia e estilo.

A trama segue Eddie Weinbauer (Marc Price), um adolescente ávido por heavy metal que se sente deslocado no ambiente escolar e social. Vítima constante de bullying, Eddie encontra consolo em sua música preferida, especialmente na figura de Sammi Curr (Tony Fields), um metaleiro rebelde e provocador que se torna uma espécie de ídolo para ele. Quando Sammi morre tragicamente em um incêndio, Eddie recebe a última gravação do músico como um presente de uma estação de rádio local. Contudo, o que parece ser apenas um vinil de despedida logo revela um lado sombrio: ao tocar o disco ao contrário, Eddie descobre mensagens ocultas que lhe permitem se comunicar diretamente com o espírito de Sammi.

A relação entre Eddie e o espírito de Sammi começa como uma forma de vingança contra seus agressores, mas rapidamente sai de controle. Sammi não é apenas uma figura simpática; ele é um ser vingativo e maligno que começa a usar Eddie como um meio para seus próprios propósitos destrutivos. A medida que o caos se intensifica, Eddie percebe que deve confrontar a figura que outrora admirava para salvar a si mesmo e as pessoas ao seu redor.

Uma das maiores qualidades de Trick or Treat é a maneira como o filme encapsula o pânico moral que cercava o heavy metal na década de 1980. Durante esse período, havia uma preocupação crescente com as supostas influências negativas do rock pesado sobre a juventude, especialmente no que dizia respeito a mensagens subliminares e temáticas ocultas. O filme abraça esse contexto cultural e o leva ao extremo, apresentando uma narrativa onde essas preocupações se tornam literalmente reais. Isso confere à obra um charme kitsch e uma relevância histórica como um produto de sua época.


A atuação de Marc Price como Eddie é convincente, transmitindo a angústia e a vulnerabilidade de um jovem que luta para encontrar seu lugar no mundo. Price captura a essência de um adolescente marginalizado, tornando Eddie um personagem com o qual muitos públicos podem se identificar. Tony Fields, como Sammi Curr, rouba a cena com uma performance carismática e intimidadora. Apesar de seu tempo de tela limitado, Fields consegue imprimir uma presença marcante que permanece com o espectador mesmo depois do fim do filme.

A trilha sonora é outro ponto alto. Com canções compostas pela banda Fastway, a música não apenas complementa a narrativa, mas também funciona como um personagem por si só. Faixas como “Trick or Treat” e “After Midnight” capturam o espírito rebelde e energético do heavy metal, proporcionando um pano de fundo sonoro perfeito para a história.

Do ponto de vista técnico, o filme é um exemplo interessante de como limitações orçamentárias podem ser superadas com criatividade. Os efeitos especiais, embora datados, são eficazes dentro do contexto do filme. As cenas envolvendo eletricidade e fogo, que representam os poderes sobrenaturais de Sammi, são visualmente impactantes e ajudam a construir a atmosfera de horror.

No entanto, Trick or Treat não está isento de falhas. A narrativa, em alguns momentos, perde o foco, especialmente na transição do segundo para o terceiro ato. Certos personagens secundários são subdesenvolvidos, e o humor, embora divertido, por vezes diminui a tensão que o filme tenta construir. Além disso, o tom geral pode parecer inconsistente, oscilando entre o horror genuíno e o absurdo cômico.

Outro ponto digno de menção são as participações especiais de Gene Simmons, como o DJ Nuke, e Ozzy Osbourne, que interpreta um televangelista conservador. Essas aparições não apenas adicionam um elemento de curiosidade para os fãs de rock, mas também reforçam a conexão do filme com a cultura musical da época.

Em sua essência, Trick or Treat é um filme que abraça completamente seu público-alvo: os fãs de heavy metal e os entusiastas do horror dos anos 80. Ele não tenta ser algo que não é; em vez disso, celebra sua identidade como uma obra despretensiosa, divertida e, em última instância, memorável. Para aqueles que cresceram ouvindo rock e assistindo a filmes de terror em fita VHS, esta é uma experiência nostálgica e encantadora.

Por outro lado, para os espectadores modernos, Trick or Treat pode parecer uma relíquia de um tempo mais simples, com uma narrativa que reflete os medos e valores de uma época passada. Contudo, é exatamente essa qualidade que torna o filme tão fascinante. Ele serve como um lembrete de como o entretenimento pode ser influenciado por contextos culturais específicos e como essas influências podem criar algo único e icônico.

Em resumo, Trick or Treat é mais do que apenas um filme de terror sobre um roqueiro fantasmagórico. É um testamento de uma época, uma celebração da contracultura e uma exploração do poder da música como expressão pessoal e ferramenta de rebeldia. Apesar de suas falhas, é uma obra que merece ser redescoberta por novas gerações e revisitada por aqueles que a apreciaram no passado.

18 dezembro 2024

Murder in the First Row: a história do thrash metal de San Francisco Bay Area


No início dos anos 80, um pequeno grupo de headbangers dedicados à Bay Area evitou o hard rock das bandas de spray de cabelo da MTV e de Hollywood em favor de uma marca de metal mais perigosa que ficou conhecida como thrash! Da rede de troca de fitas aos clubes, às lojas de discos e fanzines, o diretor Adam Dubin revela como a cena alimentou a música e a música gerou um movimento.

Murder In The Front Row é contado através de um poderoso testemunho em primeira pessoa e de uma impressionante animação e fotografia. O filme é um estudo social de um grupo de jovens desafiando as probabilidades e construindo algo essencial para si.

Apresentando entrevistas com Metallica, Megadeth, Slayer, Anthrax, Exodus, Testament, Death Angel, Possessed e muito mais!


Sobre o filme

“Não é apenas um filme sobre heavy metal. É sobre pessoas. É música pesada com um coração quente e confuso."

Adam Dubin decidiu narrar a cena thrash dos anos 80 da Bay Area em Murder in the Front Row - um documentário sem censura e barulhento que foi lançado no início de 2019. E Murder é certamente um item obrigatório para os fãs de hard rock; O filme contém mais de cinquenta entrevistas com vários stalwarts de metal (incluindo Metallica, Megadeth, Slayer, Anthrax, Exodus, Testament e Death Angel), contando suas histórias altas através de uma mistura de entrevistas em primeira pessoa, animação e narração do comediante Brian Posehn.

Mas, acima de tudo, "essas são apenas boas histórias e são histórias muito humanas", diz Dubin. "E qualquer um que eu mostrei isso, mesmo aqueles que realmente não gostam da música, realmente responderam a ela."

Narrativamente, o MITFR segue a história de um grupo de jovens no norte da Califórnia com uma paixão compartilhada por bandas de rock pesado como UFO, Iron Maiden e Motorhead. "Todas essas bandas eram principalmente da Inglaterra e nunca realmente fizeram uma turnê na costa oeste", diz Dubin. “Então, esses jovens começaram a criar sua própria música, criando seus próprios fanzines, agendando clubes e trocando fitas. Eram pessoas inflexíveis quanto à música e às bandas, mas também umas às outras. ”

Dubin, um veterano documentarista de música e comédia que começou co-dirigindo alguns vídeos clássicos para os Beastie Boys ("Lute pelo seu direito de se divertir", "No Sleep 'at Brooklyn"), certamente foi o par ideal para o filme. assunto. O nativo de Nova York e o pós-graduação da NYU (onde se aliou ao mega produtor Rick Rubin) dirigiu vários documentários para o Metallica ao longo dos anos, incluindo o filme “Um ano e meio na vida das partes 1 e 2 do Metallica”. , "" Hit the Lights: A criação do Metallica através do nunca "e" Freeze 'em All: Metallica na Antártica ", juntamente com o videoclipe da banda para" Nothing Else Matters ".

"Quando eu fiz o primeiro projeto [Um ano e meio] com a banda, isso aconteceu quando talvez apenas alguém como Madonna estivesse fazendo documentários musicais", diz ele. "Houve alguma apreensão. Eu disse, deixe-me filmar um pouco, se você não gostar, me mande para casa. Como se viu, eles gostaram de mim e isso iniciou um relacionamento."

E esse relacionamento certamente ajudou quando chegou a hora de fazer Murder, que é vagamente baseado em um jornal fotográfico de 2012 de Harald Oimoen e Brian Lew. “Eu sabia que quem quer que se aproximasse desse projeto, teria que passar pelo Metallica. E isso foi algo em que pensei que poderia ajudar ”, diz Dubin. “Mas o que eu mais amei no livro é que não era apenas sobre o Metallica; documentava uma cena vibrante, onde todas as bandas eram iguais e havia camaradagem real. As fotos capturaram o suor dos clubes, o zumbido nos ouvidos e o poder dos jovens. Harold e Brian capturaram a humanidade disso e entenderam que eu era alguém que poderia trazer isso à tona em um filme. ”

Outra força do filme é lançar luz sobre bandas que nunca atingiram o auge do Metallica, mas certamente tiveram uma grande influência - thrash antepassados ​​Exodus em particular. "Há quatro grandes de metal que devem ser realmente cinco e incluem o Exodus", diz Dubin. “Eu particularmente acho que o filme inspirará os espectadores a reavaliar as contribuições de Kirk Hammett, que fundou o Exodus na área da baía três anos antes da chegada do Metallica à cidade. Kirk foi o motor central que montou a banda, guiou a música e encontrou o vocalista Paul Baloff. ”

Dito isto, o filme não está atolado pelas minúcias da música. Dubin, que dirigiu especiais de comédia como Lewis Black e Jim Breuer, traz uma leveza ao processo. "Há muitas semelhanças entre música e comédia; a comédia tem um ritmo musical e um ritmo", diz ele. "E há muitas risadas neste filme. Eu me inclinei para isso. Isso não é algum tipo de monstro - Eu não estava procurando drama. (Uma história em particular a ser observada: uma repreensão de Bill Graham por James Hetfield depois de um lixão em 1985).

No nível pessoal, Dubin acha que o MITFR serve como uma evolução natural para ele como cineasta e contador de histórias. "Se há um tema que percorre todo o meu trabalho, dos Beastie Boys ao Metallica e Murder in the First Row, é tudo uma tentativa de revelar uma verdade central do rock'n'roll."



17 novembro 2024

BANGERS OPEN AIR ANUNCIA LINE-UP OFICIAL PARA A EDIÇÃO DE 2025



O Bangers Open Air, que acontecerá nos dias 2 (Warm-Up), 3 e 4 de maio de 2025, no Memorial da América Latina (SP), anuncia seu line-up completo final e revela ter muitas surpresas para os três dias de música. Entre as atrações, estão W.A.S.P., DORO e o tão requisitado pelo público AVANTASIA, além das já anunciadas bandas POWERWOLF e SABATON. Também foram confirmadas as presenças do LACRIMOSA, VADER, MUNICIPAL WASTE, WE CAME AS ROMANS e a banda solo de KERRY KING, guitarrista do SLAYER. Para o Warm-Up, ninguém menos que a rainha do metal, DORO, os dinamarqueses do PRETTY MAIDS e o mestre das quatro cordas e uma das vozes mais influentes do rock clássico, GLENN HUGHES, completam o cartaz da edição do Bangers Open Air.


Abaixo as datas do festival com as bandas que tocarão em cada dia:

SÁBADO, 3 DE MAIO 2025
SABATON
POWERWOLF
SAXON
KAMELOT
LACRIMOSA
SONATA ARCTICA
MUNICIPAL WASTE
DARK ANGEL
ENSIFERUM
H.E.A.T.
BURNING WITCHES
DYNAZTY
VIPER
MATANZA RITUAL
DREAM SPIRIT
CARRO BOMBA
PRESSIVE
MALEFACTOR
GLORIA PERPETUA
VÁLVERA
SCHOOL OF ROCK
NEW BLOOD
 
DOMINGO, 4 DE MAIO
TOBIAS SAMMET’S AVANTASIA
W.A.S.P.
KERRY KING
I PREVAIL
KNOCKED LOOSE
WE CAME AS ROMANS
PARADISE LOST
NILE
HAKEN
VADER
LORD OF THE LOST
BEYOND THE BLACK
DORSAL ATLÂNTICA
BLACK PANTERA
HIBRIA
MAESTRICK
HATEFULMURDER
WARSHIPPER
THE HEATHEN SCYTHE
READY TO BE HATED
RONNIE JAMES DIO TRIBUTE
 
WARMP-UP - SEXTA-FEIRA, 2 DE MAIO
GLENN HUGHES
DORO
PRETTY MAIDS
ARMORED SAINT
DOGMA
KISSIN’ DYNAMITE

O BANGERS OPEN AIR 2025 promete ser uma experiência inesquecível para os fãs de metal. Este evento não apenas celebra a música pesada, mas também a paixão e a energia que unem fãs de todo o mundo. Com um line-up que mistura lendas consagradas e talentos emergentes, o festival se consolida como um dos mais aguardados do ano. Prepare-se para três dias de pura adrenalina e performances épicas que ficarão na memória de todos os presentes.

Os ingressos estão disponíveis de forma online, através do Clube do Ingresso. O ingresso solidário do GRAACC está disponível no valor de R$565,00 por dia, com doação de R$20,00 à instituição já inclusa. Outras modalidades e setores estão disponíveis através do link:
*Crianças de até 10 anos de idade não pagam entrada.

Mais informações
Mais sobre o festival: https://linktr.ee/bangersopenair
Outras informações em: https://bangersopenair.com/

31 agosto 2024

Edição brasileira do Monsters of Rock será realizada em 19 de Abril de 2025

A aguardada edição brasileira do Monsters of Rock acontecerá no dia 19 de abril de 2025, prometendo uma noite inesquecível para os fãs de rock e metal. O festival, que é um dos maiores e mais importantes do mundo, retorna ao Brasil com um lineup de peso, reunindo algumas das maiores lendas do gênero para uma experiência única e emocionante. Detalhes sobre as bandas e o local do evento ainda serão divulgados, mas a expectativa já está alta para mais uma edição histórica do festival no país.

Prepare-se para uma celebração épica do rock, com a presença de gigantes da música pesada, em um evento que promete atrair fãs de todas as partes do Brasil e do mundo.

O Monsters Of Rock foi realizado no Brasil em 1994, 1995, 1996 e 1998. Após um longo hiato, o evento voltou ao calendário em 2013, e de lá pra cá, aconteceu em 2015 e 2023. Kiss, Scorpions, Deep Purple, Candlemass, Helloween, Symphony X e Doro foram as atrações da edição mais recente do Monsters Of Rock.

05 julho 2024

Knotfest Brasil 2024: Line-up Explosivo e Ingressos à Venda!

 

Após meses de expectativa, o Knotfest Brasil finalmente revelou o aguardado line-up de sua edição 2024, marcando a segunda vez que o festival aporta em terras brasileiras. Prepare-se para dois dias de pura energia metálica, com grandes nomes de diferentes vertentes do gênero invadindo São Paulo. E desta vez, o palco será o icônico Allianz Parque.

Confira como ficaram as escalações para cada dia do Knotfest Brasil 2024, um evento produzido pela 30e em parceria com a 5B Artists Management.

Dia 19 de Outubro: Metal em Alta Voltagem

O sábado será um deleite para os fãs do metal mais clássico. Além do primeiro show de Eloy Casagrande com o Slipknot no Brasil, a banda celebrará seus 25 anos de carreira, remontando ao lançamento do álbum de estreia autointitulado em 1999.

Mas as surpresas não param por aí. O dia também contará com apresentações de Mudvayne, Amon Amarth, Meshuggah, DragonForce, Orbit Culture, Ratos de Porão, Krisiun, Project46, Eminence e Kryour.

Dia 20 de Outubro: Slipknot e Muito Mais!

O domingo traz um segundo show do Slipknot, desta vez celebrando o sucessor de sua estreia: o aclamado álbum “Iowa”, lançado em 2001 e ainda reverenciado como um dos melhores da banda.

E o line-up não para por aí. Bad Omens, Till Lindemann, BABYMETAL, P.O.D., Poppy, Black Pantera, Ego Kill Talent, Korzus, Papangu e The Mönic com Eskröta completam a festa.

Destaques: Bandas Estreantes e Exclusividade Sul-Americana

Quatro das bandas escaladas estão fazendo sua estreia no Brasil: Mudvayne, Bad Omens, Till Lindemann e Poppy.

E atenção: P.O.D. e Dragonforce escolheram o Brasil como o único país da América do Sul para suas apresentações.

Ingressos à Venda

Os ingressos para o Knotfest Brasil 2024 já estão disponíveis! A virada de lote acompanha o anúncio do line-up. Garanta o seu a partir de R$245 e confira também os pacotes VIP para uma experiência ainda mais intensa.

Não perca essa oportunidade de vivenciar o metal em sua forma mais visceral. O Knotfest Brasil 2024 promete ser épico! 🤘🎸

Serviço – Knotfest Brasil 2024

19 de Outubro
  • Slipknot – celebração 25 anos
  • Mudvayne
  • Amon Amarth
  • Meshuggah
  • DragonForce
  • Orbit Culture
  • Ratos de Porão
  • Krisiun
  • Project46
  • Eminence
  • Kryour
20 de Outubro
  • Slipknot – show especial IOWA
  • Bad Omens
  • Till Lindemann
  • Babymetal
  • P.O.D.
  • Poppy
  • Black Pantera
  • Ego Kill Talent
  • Korzus
  • Papangu
  • The Mönic com Eskröta

KNOTFEST BRASIL 2024
Data: 19 e 20 de Outubro de 2024
Local: Allianz Parque
Horário de Abertura dos portões: 11h
Classificação Etária: Entrada e permanência de crianças/adolescentes de 05 a 15
anos de idade, acompanhados dos pais ou responsáveis, e de 16 a 17 anos,
desacompanhados dos pais ou responsáveis legais.

Ingressos:
Cadeira Superior – R$ 245 (meia-entrada legal) | R$ 294 (entrada social) | R$ 490
(inteira)
Cadeira Inferior – R$ 345 (meia-entrada legal) | R$ 414 (entrada social) | R$ 690
(inteira)
Pista – | R$ 395 (meia-entrada legal) | R$ 474 (entrada social) | R$ 790 (inteira)
VIP Package II – MAGGOT KNOTFEST – R$ 1.595 (meia-entrada legal) | R$ 1.674
(entrada social) | R$ 1.990 (inteira)
VIP Package I – UNSAINTED KNOTFEST – R$ 4.595 (meia-entrada legal) | R$ 4.674
(entrada social) | R$ 4.990 (inteira)

29 abril 2024

Summer Breeze Brasil 2024: três dias de metal, energia e união

Por Júlio Feriato

O
Summer Breeze Brasil 2024, realizado nos dias 26, 27 e 28 de abril no Memorial da América Latina, em São Paulo, consolidou-se como um dos eventos mais aguardados pelos fãs de rock e metal no Brasil. A edição deste ano trouxe uma combinação de tradição e modernidade, com performances memoráveis, infraestrutura bem planejada e um público apaixonado.

Estrutura e Organização
A organização foi um dos pontos altos do festival. Com três dias intensos de música, o evento conseguiu manter uma logística impecável com palcos estrategicamente posicionados para evitar conflitos sonoros e facilitar o acesso do público. Áreas de descanso, food trucks variados e uma feira cultural com estandes de tatuagem, merchandising e vinis completaram o clima de celebração. Apesar do grande número de pessoas, a organização conseguiu manter os horários das apresentações pontuais, o que foi bastante elogiado.

A feira de cultura alternativa foi outro destaque. Além de stands de merchandising das bandas, havia exposições de arte, estúdios de tatuagem, bancas de vinis e uma ampla variedade gastronômica, que foi desde os clássicos hambúrgueres até opções veganas.

O lineup diversificado foi pensado para agradar tanto os fãs de metal extremo quanto os admiradores de vertentes mais melódicas.

Dia 26 – Abertura Explosiva
O primeiro dia foi marcado por apresentações que aqueceram o público com energia crua e riffs poderosos. Destaque para o BIOHAZARD  que trouxe o hardcore de Nova York com intensidade, criando rodas de mosh fervorosas no Sun Stage.

O icônico MR.BIG, em sua turnê de despedida, emocionou o público com seus sucessos atemporais, como "To Be with You" e "Addicted to That Rush". O encerramento da noite ficou por conta de Sebastian Bach, que trouxe o glamour do hard rock dos anos 80 em uma performance eletrizante.

Dia 27 – Sinfonias e Poder
O segundo dia trouxe sonoridades mais melódicas e épicas. O HAMMERFALL, representante do power metal sueco, entregou um show preciso e enérgico, com hits como "Hearts on Fire" levando o público ao delírio.

O WITHIN TEMPTATION encantou os fãs com um espetáculo visual e musical. A performance de Sharon den Adel foi emocionante, com músicas como "Faster" e "Ice Queen" criando momentos mágicos. Já o ANTHRAX trouxe peso e energia com um thrash metal visceral que levantou a plateia do começo ao fim.

Dia 28 – Encerramento Apoteótico
No último dia, o festival atingiu seu ápice com apresentações de tirar o fôlego. O Mercyful Fate ofereceu um show teatral e sombrio, com King Diamond mostrando por que é uma lenda viva do metal.

A apresentação do MERCYFUL FATE no Summer Breeze Brasil 2024, realizada no dia 28 de abril, foi um espetáculo à parte, uma verdadeira aula de metal clássico e teatralidade. Liderada pelo icônico King Diamond, a banda dinamarquesa provou por que é uma das mais influentes no heavy metal, entregando uma performance que transcendeu a música e se tornou uma experiência imersiva.

Logo na abertura, o palco se transformou em uma espécie de altar sombrio, com iluminação vermelha e azul que criava uma atmosfera de mistério e ocultismo, marcas registradas da banda. As projeções ao fundo e os adereços cenográficos – como cruzes invertidas e velas – reforçaram o clima quase ritualístico do show. A entrada de King Diamond, com seu figurino macabro e a pintura facial característica, foi suficiente para arrancar gritos ensurdecedores da plateia.

O setlist foi uma viagem aos clássicos que moldaram o black e heavy metal. Abrindo com "The Oath", a banda trouxe de imediato a dramaticidade de suas composições. "A Dangerous Meeting" e "Melissa" foram recebidas com entusiasmo, com o público cantando em uníssono os complexos vocais de King Diamond, que alterna agudos estridentes com tons graves sombrios.

O momento mais aguardado veio com "Satan's Fall", um épico de mais de 10 minutos que exemplifica a habilidade da banda em construir narrativas densas e atmosféricas. A interação entre as guitarras de Hank Shermann e Mike Wead foi simplesmente impecável, com solos que mesclaram técnica e emoção.

King Diamond foi o coração pulsante do show. Sua presença de palco magnética, acompanhada de gestos teatrais e interações pontuais com o público, hipnotizou a plateia. Sua voz continua sendo uma das mais impressionantes do metal, e ele não decepcionou em nenhuma nota.

O público, composto tanto por fãs de longa data quanto por uma nova geração curiosa para ver a lenda ao vivo, foi um espetáculo à parte. Cada música era acompanhada com aplausos ensurdecedores e coros que ecoavam pelo Memorial da América Latina. A devoção dos fãs foi um reflexo da importância do Mercyful Fate na história do metal.

O show do Mercyful Fate no Summer Breeze Brasil 2024 foi mais do que uma apresentação; foi uma celebração da história do metal. Com uma performance poderosa, uma ambientação sombria e um setlist de clássicos, a banda reafirmou seu status como pioneira e essencial no gênero. Para os presentes, foi uma noite inesquecível, que permanecerá na memória como um dos grandes momentos do festival.

O Summer Breeze Brasil 2024 superou expectativas, oferecendo uma experiência completa tanto para fãs veteranos quanto para novos admiradores do metal. Com um lineup de peso, organização impecável e uma atmosfera de união, o festival se consolidou como um dos mais importantes do cenário nacional.

Foi muito mais do que um festival de música; foi um encontro de almas apaixonadas por riffs, vocais poderosos e a energia única que só o metal pode proporcionar. Que venham as próximas edições!

09 abril 2024

ATROPHY: o retorno triunfante ao Thrash Metal após três décadas

Em uma reviravolta surpreendente para os fãs de thrash metal, a banda Atrophy do Arizona, conhecida por seu álbum clássico de 1988 “Socialized Hate”, ressurge após um hiato de 34 anos com um novo álbum que promete sacudir o cenário musical.

A primeira coisa que fica evidente é a impressionante vitalidade de Brian Zimmerman, vocalista fundador de 59 anos, que demonstra um vocal impressionante, trazendo uma maturidade e profundidade ao novo trabalho que reflete uma evolução significativa desde os dias de glória da banda. Acompanhado por músicos de sessão escolhidos a dedo, Zimmerman prova que a paixão pelo thrash metal não conhece limites de idade ou tempo.

O álbum apresenta faixas como “Seeds of Sorrow”, que exibe uma energia bruta reminiscente das influências underground que moldaram bandas contemporâneas como Power Trip. Com riffs marcantes e refrões que incitam o headbanging, Atrophy mostra que ainda sabe como criar grooves poderosos.

A banda opta por uma abordagem mais calculada na composição, permitindo que as músicas respirem com passagens melódicas e evitando a armadilha de acelerar demais as faixas. A exceção é “Bleeding Out”, que atinge velocidades vertiginosas equilibradas por um groove contagiante, mostrando que Atrophy poderia ter rivalizado com gigantes como Testament se tivessem mantido esse ímpeto nos anos 80.

Embora “American Dream” possa parecer um preenchimento no contexto do álbum, ainda assim se destaca como uma das peças mais eficazes do metal lançado este ano. Zimmerman e sua equipe não se contentaram em replicar o som antigo da banda, mas sim em aproveitar as ferramentas de produção modernas para criar algo fresco e relevante.

Com faixas como “Close My Eyes”, que apresenta um canto genuíno e riffs avassaladores, e “The Apostle”, que mantém o ímpeto do álbum, Atrophy prova que seu retorno não é apenas uma viagem nostálgica, mas uma reafirmação de sua relevância no thrash metal de 2024.

Para os fãs de longa data, o novo álbum é uma adição essencial à discografia da banda. Para aqueles que ainda não descobriram Atrophy, este lançamento serve como uma introdução perfeita ao seu som único e à visão do que o thrash pode ser na era moderna.

 

17 março 2024

A Transformação brutal do SKELETAL REMAINS em 'Fragments Of The Ageless'"

Lembro-me bem do momento em que descobri  SKELETAL REMAINS lá em 2012, quando lançaram seu álbum de estreia, "Beyond The Flesh". Na época, eu estava bastante empolgado com a descoberta e recomendei a um amigo, dizendo que se ele curtisse algo no estilo de ASPHYX, essa banda seria perfeita para ele. Mas agora, 12 anos depois, não consigo encontrar muitos argumentos para sustentar essa afirmação.

A verdade é que a banda passou por uma transformação significativa ao longo dos anos. Hoje em dia, eles se consolidaram como uma banda de death metal extremamente brutal, com riffs e batidas implacáveis. Além disso, os vocais de Chris Monroy mudaram consideravelmente, tornando-se mais sombrios e monstruosos, algo que remete menos ao estilo de Martin van Drunen. Essa mudança não deveria ser uma grande surpresa para quem acompanhou a trajetória da banda e seus últimos lançamentos, já que cada álbum se tornava mais pesado e brutal que o anterior. No entanto, essa abordagem cada vez mais intransigente e pouco melódica é, no mínimo, surpreendente, e confesso que não esperava uma mudança tão radical.

E essa mudança não é apenas surpreendente, mas também desafiadora, na minha opinião. Confesso que, após a primeira audição de "Fragments Of The Ageless", fiquei um tanto perplexo e, em certo sentido, até um pouco desapontado. Mas, após algumas audições adicionais, devo admitir que o álbum começa a crescer em você com o tempo.

"Relentless Appetite" é exatamente o que os fãs esperavam. A música é cheia de reviravoltas emocionantes, com uma linha de baixo poderosa e vocais ressonantes que evocam a atmosfera dos trabalhos do Morbid Angel na era pós-"Album D". O solo de guitarra também merece destaque, lembrando muito o estilo do Morbid Angel e do Hate Eternal, que são claramente influências para esta banda.

A introdução sombria de "To Conquer The Devout" me lembra muito os primeiros trabalhos do Hate Eternal, e quando os vocais entram, isso só reforça essa associação. É interessante notar que a banda decidiu fazer um cover de "Messiah Of Rage" da demo de 1997 do HATE ETERNAL, o que demonstra claramente sua admiração pelo trabalho dessa banda.

Com "Unmerciful", Skeletal Remains nos presenteia com uma música mais longa e sinistra, com um ritmo ameaçador e uma atmosfera monolítica. Esta pode ser a música mais acessível do álbum, com estruturas mais claras e partes mais cativantes do que as outras faixas.

Antes de encerrar o álbum com o cover do Hate Eternal, "Evocation (The Rebirth)", a banda nos surpreende com uma faixa instrumental de cinco minutos e meio. Embora possa parecer um tanto longa e desnecessária para alguns, a música tem um elemento hipnótico que cativa o ouvinte.

Em resumo, "Fragments Of The Ageless" representa um trabalho sólido por parte da banda, embora alguns fãs possam ter ressalvas devido à mudança de direção musical. No entanto, após várias audições, devo admitir que o álbum cresceu em mim, especialmente em momentos de desânimo.

Por fim, vale destacar a qualidade da arte da capa, que desta vez foi feita por Juanjo Castellano e Dan Seagrave, uma combinação fantástica que captura perfeitamente a atmosfera sombria do álbum. Ambos os artistas fizeram um trabalho excepcional, criando uma capa que complementa perfeitamente a música do álbum.

Review by Michael (metalbite.com)

13 março 2024

HEAVENS GATE: o power metal alemão pouco conhecido no Brasil

 

A banda alemã HEAVENS GATE, infelizmente pouco conhecida no Brasil, teve um papel fundamental no cenário do power metal alemão ao lado de grupos como HELLOWEEN, GAMMA RAY e RUNNING WILD. Formada em Wolfsburg pelo vocalista e compositor Thomas Rettke, a banda inicialmente atendia pelo nome de STEELTOWER em 1982, antes de adotar o nome Heavens Gate em 1987.


Em 1988, com a formação composta por Thomas Rettke, Thorsten Müller, Bonny Bilski, Manni Jordan e Sascha Paeth, conhecidos posteriormente por seus trabalhos com outras bandas renomadas como Avantasia e Luca Turilli, lançaram o álbum de estreia "In Control", apresentando um som poderoso que os consolidou como um dos pioneiros do gênero.


O ápice da carreira da banda veio em 1991 com o lançamento do álbum "Livin 'In Hysteria", que se tornou um sucesso global, exceto no Brasil, onde seus discos não foram lançados. Após uma bem-sucedida turnê mundial, o baixista Manni Jordan deixou a banda e foi substituído por Robert Hunecke-Rizzo, um talentoso multi-instrumentista.


A banda construiu o GATE STUDIO em Wolfsburg em 1994, onde produziram seu álbum "Planet E" em 1996, único lançado no Brasil. Após outros lançamentos, como o acústico "In The Mood" (1997) e "Menergy" (1999), a banda se separou em 1999 após um festival de metal na Suécia.


Em 2015, lançaram o álbum de compilação "Best for Sale!". Recentemente, a banda anunciou sua reunificação após 18 anos para uma apresentação no festival Soundtrack Wolfsburg.


A discografia da banda inclui os álbuns "In Control" (1989), "Open the Gate and Watch!" (EP, 1990), "Livin' in Hysteria" (1990), "More Hysteria" (EP, 1991), "Hell for Sale!" (1992), "Planet E." (1996), "In the Mood" (EP, 1997), "Menergy" (1999) e "Best for Sale!" (compilação, 2015).

10 março 2024

Prika do NERVOSA se diz empolgada para tocar no SUMMER BREEZE BRASIL

Por Júlio Feriatto
Prika amaral, Hel Pyre, Gabriella Abud e Helena Kotina.

Nos dias 26, 27 e 28 de abril deste ano, ocorrerá em São Paulo a segunda edição do festival Summer Breeze Brasil. Entre as atrações, destacam-se diversas bandas internacionais renomadas no cenário do heavy metal mundial, tais como EPICA, LACUNA COIL, FORBIDDEN, MR. BIG, Sebastian Bach, HAMMERFALL, FLOTSAM AND JETSAM e outros artistas (confira o cartaz completo aqui).

Para uma das atrações em especial, o evento será singular, tanto para a banda quanto para os fãs. Estou me referindo à banda NERVOSA, que fará sua estreia em terras brasileiras com a nova formação. A guitarrista e vocalista Prika Amaral explicou um pouco sobre esse sentimento: 
"Como você mesmo disse, será um show especial para a banda e também um desafio", reforça. "Será a primeira vez que Gabriella Abud (bateria, substituindo a búlgara Michaela Naydenova) tocará com a banda por lá."

Como todos sabem, nos últimos anos a NERVOSA passou por algumas mudanças em sua formação, levando Prika a assumir os vocais. 
"Nunca foi minha intenção ser vocalista além de tocar guitarra, mas eu não queria mais passar por outra mudança neste sentido, então decidi assumir a "bronca" para que nosso som não fosse descaracterizado ou perdesse identidade."


E deu certo. O novo disco, "Jailbreak", lançado em setembro de 2023, é um soco no estômago daqueles que acreditavam (e até torciam) para uma suposta perda de qualidade no som da banda, mas isso não aconteceu! "Jailbreak" talvez seja o álbum mais agressivo e brutal já lançado pelas garotas, e não há como negar que muito dessa agressividade se deve aos vocais cavernosos de Prika. 
"Fico feliz que tenha gostado! Realmente as críticas têm sido bastante positivas e isso me incentivou ainda mais a seguir por esse caminho, e, agora que comecei, não vai ter quem me pare!" 


Além das brasileiras Prika e Gabriella, também fazem parte do grupo as gregas Helena Kotina (guitarra) e Hel Pyre (baixo).

Portanto, para quem quiser assistir ao show da NERVOSA no Summer Breeze, salve a data: dia 27 de abril, no palco Ice Stage, às onze da manhã.



Ainda não adquiriu seu ingresso? Tá esperando o quê? Clique aqui.