Vindo das cinzas do UNEARTHLY, os cariocas AFFRONT cravam de vez seu nome na cena death/thrash nacional com "World in Collapse", segundo petardo do grupo.
Dividido em 11 músicas, "World in Collapse" exibe o mais puro e maldito death/thrash metal do jeito que deve ser, rápido, sem tantas firulas, mas ao mesmo tempo muito bem trampado e lapidado.
A boa impressão começa com a capa 'afrontosa', que exibe a ilustração de um político usando uma máscara de gás à frente de um cenário apocalíptico, o que poderia ser uma ótima uma alusão ao atual governo brasileiro desgracento.
O disco abre com "Dirty Blood", uma sapatada na orelha aos desavisados que se deixaram enganar pela rápida e bela introdução recheada com dedilhados de violão clássico - apenas uma prévia de todo furor death metal que vem em seguida: riffs velozes e marcantes, com um certo toque de rispidez e crueza, característico das primeiras bandas que se aventuraram por esse modo mais extremo de tocar Heavy Metal.
E quando afirmo isso, me refiro sim a nomes como Kreator, Sodom, Possessed e outros baluartes do metal extremo que deixaram muitas vovozinhas de cabelos em pé nos anos oitenta.
Essa influência mais clássica também é nítida no vocal de M. Mictian. Fiquei um bom tempo tentando encontrar alguma referência para esse timbre mais rasgado e o primeiro nome que veio à cabeça foi Mille Petrozza (Kreator) na época dos imbatíveis "Pleasure to Kill" e "Terrible Certainty", só que de uma maneira, digamos, mais "blackneada", se é que existe esse termo.
Em comparação ao debut "Angry Voices" (2016), "World in Collapse" é mais direto, mais rápido, mais "na cara", o que é muito legal, pois mostra que os músicos não estão nem um pouco afim de repetir a mesma fórmula apesar de tentarem manter a essência ali bem viva.
Em suma, um belo petardo brasileiro para quem curte death/thrash sem firulas, do jeito que deve ser.
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