Se o primeiro dia do Summer Breeze Brasil foi memorável, tenho alegria em poder dizer o mesmo sobre o dia 30! Por enquanto, não consigo lembrar de algum outro grande evento de heavy metal no Brasil que tenha sido tão agradável quanto este. Ah, sempre é bom salientar: é claro que rolou muito mais coisa do que está relatado aqui, mas em um festival grande como esse é impossível acompanhar todas as atrações! Mas deixe meu amigo Rafa Orsi contar tudo para vocês.
FINNTROLL (14:30 - 15:30) (PALCO SUN)
Chegamos de última hora e só conseguimos chegar a tempo para o show do Finntroll. Não conheço muito sobre a banda, mas a qualidade do som estava excelente, bem definido. Certamente os fãs devem ter se deliciado, inclusive dois membros da banda permaneceram no local bebendo até o final do evento.
TESTAMENT (15:15 - 16:15) (PALCO HOT)
Enquanto o show do Finntroll ainda estava acontecendo, uma verdadeira procissão de fãs se dirigiu para o palco do Testament. Foi curioso ver a enorme fila atravessando a passarela e se aglomerando. O show foi incrível, apesar de eu não ser um grande fã da banda. Porém, é impossível não admirar o talento do guitarrista Alex Skolnick.
THE WINERY DOGS (16:20 - 17:20) (PALCO ICE)
Mike Portnoy (ex-Dream Theater), Billy Sheehan (Mr. Big) e Richie Kotzen formam, possivelmente, um dos power trios mais talentosos da história da música. No entanto, mesmo com tanta habilidade técnica, algumas pessoas, como eu, não conseguem se conectar totalmente com as músicas. Embora seja evidente que todos os membros tocam muito bem, falta algo que as torne verdadeiramente envolventes. É como se fosse comida bonita, mas sem sabor.
KREATOR (17:25 - 18:25) (PALCO HOT)
Enquanto aguardava o fim do show do The Winery Dogs, permaneci na grade do palco do Kreator. Era para isso que eu havia ido ao evento. Estou extremamente orgulhoso de mim mesmo. Afinal, acabo de completar 40 anos, com sobrepeso, queimado de sol e com bolhas nos pés. Mesmo assim, consegui permanecer na grade durante todo o show. Talvez seja a última vez que eu consiga fazer isso, a menos que opte por um camarote VIP ou algo mais confortável no futuro. A idade está chegando, não é mesmo? Mas que show incrível foi esse, apesar de curto. A execução foi brutal e perfeita. Cada nota, cada grito do Mille. Kreator é pura alegria.
NAPALM DEATH (18:30 - 19:30) (PALCO SUN)
Neste ponto, meu corpo começou a dar sinais de que estava chegando ao limite, mas decidi continuar. Afinal, a vida me ensinou a superar as dores, sejam físicas ou emocionais, com álcool. Tomei alguns Jack N' Coke para amortecer enquanto assistia ao Napalm Death. Ao chegar perto do palco, a primeira coisa que ouvi foi Barney dizendo: "Fk Bolsonaro, that scum bag!" (Fa-se Bolsonaro, esse saco de m**da). Parece que estava no lugar certo. Foi mais um show incrível, com um som excelente e discursos contundentes contra o fascismo e a extrema direita.
STRATOVARIUS (20:30 - 21:50) (PALCO SUN)
Costumava ouvir muito essa banda na adolescência, mas faz cerca de 20 anos que não escuto mais nada deles. Então, mais da metade das músicas eram desconhecidas para mim. Uma vantagem desse palco ser um pouco menor é a qualidade do som, tornando-o o meu palco favorito do festival. Assisti ao show apenas para cumprir tabela, já que o som não me atrai mais como antes. No entanto, algumas músicas ao vivo ainda foram bem legais. O guitarrista atual é realmente muito bom!
Saí do festival extremamente feliz. Parece mesmo que o evento proporciona uma experiência internacional, embora eu nunca tenha ido a um. Comer e beber dentro do evento é caro, mas nada além do que se espera nos bares de São Paulo.
Lembra que mencionei sobre corromper o sistema? Havia vendedores ambulantes carregando caixas de cerveja nas costas, mesmo debaixo do sol escaldante. A proposta do evento era comprar um cartão por 7 reais e colocar dinheiro nele para fazer as compras. Mas eu optei por pagar diretamente ao vendedor, sem precisar adquirir o tal cartão. Prefiro dar dinheiro diretamente ao trabalhador subempregado do que ao patrão. Me julguem. Fica a dica.
Nota do R.: Muitas outras atrações imperdíveis rolaram neste dia: quem começou os trabalhos no palco Hot Stage foi o KRISIUN (brutal como sempre!), e além dos citados KREATOR e TESTAMENT, também rolou o H.E.A.T., com um show impecável e uma bela performance do vocalista Kenny Leckremo, que retornou à banda após a saída do insuperável Erik Grönwall (hoje no SKID ROW, que no dia anterior também fez um show lindo).
Já quem abriu o Ice Stage foram os veteranos alemães do GRAVE DIGGER, no qual consegui pegar somente o finalzinho do show. Além deles, também teve a banda BURY TOMORROW, da qual não esperava muito, mas fiquei impressionado com o show dos caras, simplesmente brutálico! Também é necessário falar do AVANTASIA, que nunca fui fã, mas que fez uma apresentação correta e com certeza agradou quem os curte.
No Sun Stage também rolou VELVET CHAINS (não vi), PROJECT 46 (impecáveis como sempre), BEAST IN BLACK (não vi, mas me disseram que foi muito bom) antes do Stratovarius, que fechou aquela noite.
Por fim, no Waves Stage, único palco coberto do evento, rolou Bittencourt Project, VIXEN (me arrependo amargamente de não ter ido vê-las), palestra com Simone Simons do EPICA, SINISTRA, e os suecos EVERGREY fechando o festival em alto estilo (a única que consegui ver deste palco).
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