“Esta não é uma resposta simples”, diz Roth. “O principal motivo foi que meu filho nasceu trinta dias após o lançamento de The Incurable Tragedy (2008). Nós fizemos uma turnê com o Iced Earth, fomos ao Japão com o Symphony X, ou seja, tudo estava acontecendo. Mas as coisas mudaram assim que meu filho nasceu, pois havia apenas uma renda: a minha. Então precisei começar a trabalhar em um emprego convencional. Tivemos uma proposta para ir ao Japão em 2009, e em 2010 começamos a escrever músicas para um novo disco. Em 2011 saiu o single ‘Sandstorm’ com Stu, seguido por ‘Fukushima’, em 2012.”
The Sirens foi originalmente concebido para ser um disco independente, mas acabou sendo lançado oficialmente pelo selo americano M-Theory Audio, em 26 de outubro deste ano. “Troy [Bleich, baixo/vocal] disse que deveríamos lançar o novo álbum nós mesmos. Fiquei chocado. Eu disse: ‘Não podemos fazer isso, precisamos de um selo...’, mas deixei a decisão com ele. Quando as pessoas descobriram que finalmente lançaríamos o disco, começaram a chegar ofertas de gravadoras. No final, recusamos e decidimos cumprir o plano, mas então o representante que nos contratou em 1998 para a Century Media nos procurou com uma nova proposta para a M-Theory Audio. Ele também estava trabalhando com um dos nossos antigos A&R e gerentes, então decidimos atrasar o lançamento e assinar com ele.”
Apesar do longo período de silêncio, Roth acredita que a banda nunca perdeu o contato com os fãs. “Eu sei… como pode ser dez anos? Parece impossível. Amanda Kiernan, nossa vocalista, está conosco há seis anos, e os demais membros têm cerca de sete. Inicialmente, Stu cantaria tanto no Into Eternity quanto no Iced Earth, mas isso se mostrou inviável após vermos o cronograma do Iced Earth. Isso nos atrapalhou e tivemos que reconstruir a banda. Fizemos pequenas turnês, como na costa oeste dos Estados Unidos e oeste do Canadá. Na verdade, nunca paramos completamente: ainda ensaiamos, ainda escrevemos músicas… E o Facebook realmente mantém as pessoas informadas e próximas.”
Roth também reconhece que sua vida pessoal influenciou a atividade da banda. “Tenho uma vida totalmente diferente agora comparada a quando comecei com a banda. Graças a Deus, fiz turnês sérias entre meus 20 e 30 anos, mas agora tenho 40 e minha vida mudou. Olhando para alguém como Jeff Waters, do Annihilator, você vê que, depois que o filho cresce, é possível voltar às turnês intensas. Então, ainda há espaço para isso no futuro.”Durante esse período, Roth dedicou-se à composição de The Sirens. Os fãs já conheciam ‘Sandstorm’ e ‘Fukushima’, lançadas como singles em 2011 e 2012, enquanto o álbum estava sendo gravado. “Escrevi a maior parte deste álbum, mas o próximo será diferente. Criei letras, melodias e tudo para The Sirens, porque na época não tínhamos um cantor. Rob Doherty, guitarrista do Into Eternity em Buried In Oblivion (2004), era um compositor incrível — infelizmente faleceu em 2012 — e, após perder Stu, ele me perguntou: ‘Por que você não canta, Tim?’ Eu nunca tinha pensado nisso, mas aceitei a ideia em ‘Sandstorm’. E assim tudo aconteceu.”
Apesar de assumir grande parte do trabalho, Roth contou com a colaboração de outros membros da banda. “Enquanto escrevia riffs e gravava demos em casa, Jim Austin, baterista de Buried In Oblivion e Scattering Of Ashes (2006), programou a bateria das demos. Ele depois gravou as partes reais, e a banda ouviu tudo. Stu contribuiu com as melodias e letras do primeiro verso de ‘Nowhere Near’. Então, todos participaram ao longo do processo.”
“É meio assustador, na verdade”, brinca Roth. “Rob Doherty aparece na versão de ‘Sandstorm’ deste álbum, com seu gutural ‘tempestade de areia’ que ele havia planejado. Jim Austin teve influência direta no álbum, e Stu também. Então, antigos e novos membros do Into Eternity estão representados no disco.”
A contribuição de Amanda Kiernan, substituindo Stu, também é destacável. The Sirens marcou sua estreia em estúdio, embora ela já tivesse tocado ao vivo com a banda desde 2012. Roth elogia: “Stu estava no primeiro teste de Amanda em 2012 e ela disse que estava nervosa. Teve alguns anos de treinamento antes de gravar os vocais, mas trabalhar com ela foi muito fácil. Ela possui uma gama enorme de timbres e até experimenta vozes novas. Seu vocal limpo é impecável, e ela consegue transmitir aquela aura de bruxa que buscamos.”
Roth completa: “Eu a dirigi para os vocais do álbum, mas ela criou várias partes por conta própria, como em ‘Fringes Of Psychosis’, e adicionou sua própria assinatura a todas as músicas. A mistura de vocais femininos e masculinos funciona perfeitamente, e não poderia ter sido melhor incluí-la na banda.”