18 abril 2018

SKELETAL REMAINS - "Devouring Mortality"

Por Julio Feriato


Eu acompanho o trampo dos americanos SKELETAL REMAINS já faz algum tempo, pois eles tocam exatamente o tipo de death metal que me atrai, ou seja, sonoridade old school na linha de bandas como Death, Pestilence e Obituary. E, após ouvir este "Devouring Mortality", terceiro trabalho do grupo, tenho apenas uma coisa a dizer: que disco foda pra caralho!

Para tentar definir este petardo, posso dizer que o quarteto formado por Chris Monroy (vocal, guitarra), Adrian Obregon (guitarra), Adrius Marquez (baixo) e Johnny Valles (bateria) conseguiu trazer de volta aquela atmosfera do inicio dos anos noventa de clássicos "Cause of Death" (Obituary), "Testimony of the Ancients" (Pestilence), e, principalmente, "Leprosy" e Spiritual Healing" (ambos do saudoso Death).


Mas não pense que os Skeletal Remains são uma pálida cópia das bandas citadas, pois NÃO SÃO! Tudo bem que é impossível não lembrar daquela galera ao ouvir músicas estupendas como "Seismic Abyss", "Devouring Mortality" e "Torture Labirynth", mas tudo parece bastante fresco, atual e honesto.

Outro fato que merece atenção é a produção do renomado músico sueco Dan Swanö (que já trabalhou com vários nomes daquela terra gélida como Dissection, Katatonia, entre milhares de outros), que resgatou a típica sonoridade do death metal americano, inclusive, nos solos de guitarras, pois se eu ouvisse esse disco sem saber de quem se trata eu bateria o pé afirmando ser o próprio James Murphy (ex-Death, ex-Obituary, ex-Testament) tocando! E ainda, como não ficar de cara com a capa linda feita pelo Dan Seagrave (ilustrador que ficou muito popular na cena por ter feito a capa de vários discos clássicos do gênero)?


Enfim, "Devouring Mortality" é um álbum fenomenal, recomendado para fãs ávidos pelo death metal que era feito antigamente sem soar datado. E sabem o que é mais legal? Não só ele mas como todo o catálogo da banda será lançado no Brasil pela Kill Again Records! Assim que entrar uma grana farei questão de comprar.


04 abril 2018

A história por trás da capa de "Bark of the Moon", de OZZY OSBOURNE

Por J. BENNETT
Tradução: Julio Feriato

Ozzy Osbourne vestido como um lobisomem durante a sessão de fotos do álbum 'Bark At The Moon', 1983
Em uma fria noite de outubro de 1983, Ozzy Osbourne, ainda sofrendo com a morte do guitarrista e amigo Randy Rhoads no ano anterior, estava coberto de pelos e maquiagem protética de lobisomem, e agachado em uma árvore caída. A ocasião foi a sessão de fotos de "Bark at the Moon", o terceiro álbum solo de estúdio do "príncipe das trevas".

A locação escolhida para o ensaio fotográfico e a gravação do videoclipe foi o Shepperton Studios, uma instalação nos arredores de Londres, que já fora cenário para filmes como "Alien" de Ridley Scott, dois filmes de Pantera Cor-de-Rosa e o 'falso' show ao vivo do Led Zeppelin, "The Song Remains the Same", entre muitas outras produções. Mas esta noite em particular fora requisitada pelo fotógrafo britânico Fin Costello e sua equipe. Costello já havia feito seu nome filmando as capas dos dois álbuns solo de Ozzy, "Blizzard of Ozz", em 1980, e "Diary of a Madman", em 1981, para não mencionar o álbum ao vivo de quádrupla platina de 1975, "Alive!". Mas para "Bark at the Moon" ele havia exigido uma preparação mais extensa do que a maioria.


"Ozzy e Sharon estavam muito envolvidos", disse Costello ao Revolver Magazine, em 2010. "Originalmente, o diretor de arte da CBS Roslav Szaybo queria colocar uma pele de lobo completa com a cabeça em Ozzy e filmar, mas Ozzy não estava muito feliz com isso e quis algo mais extremo".

De acordo com Costello, Sharon Osbourne conhecia o maquiador de efeitos especiais Greg Cannom, que tinha feito a prótese para o clipe de "Thriller" de Michael Jackson e iria afiar suas habilidades de maquiagem de lobisomem nos sets de "The Lost Boys" e um filme feito para a TV chamado "Werewolf" em 1987. "Ele fez todos os moldes e partes falsas, como os dedos, em Los Angeles", diz Costello. "Enquanto isso, Ozzy e eu nos reunimos num pub com um monte de livros de referência de filmes de lobisomens e literatura para tirar algumas idéias. Tudo isso levou cerca de um mês."


No dia das filmagens, Ozzy chegou para maquiagem às 6 da manhã, mas as gravações só começaram às 10 da noite. "Tudo o que Ozzy usava era um par de meias pretas, pois o resto dele estava coberto de pêlos", lembra Costello. "Ele estava congelando, mas não reclamou - mesmo depois de cinco horas de filmagem, principalmente ao ar livre."

A imagem icônica resultante de tudo isso foi na verdade uma combinação de duas fotografias: uma produção ainda de um rolo de filme 35mm ("Foi duro e parecia mais que o lobisomem havia sido surpreendido pelo fotógrafo", diz Costello); a foto de fundo da lua era de uma sessão anterior, quando Costello havia fotografado toda a banda de Ozzy no Ridge Farm Studios em Surrey, onde o disco foi gravado. "Tecnicamente é terrível, mas funcionou perfeitamente para a capa em questão", diz Costello sobre o resultado final. "Como o álbum do Kiss, ganhou vida própria depois de todos esses anos."